Monday, April 28, 2008

RETIRO DE CARNAVAL DA FLOR DO CEU

(Traduzido por Marco Aurelio Chibiaque)

O Retiro de Carnaval anual da Flor do Ceu em Santa Luzia, Minas Gerais (perto de belo horizonte) reune novos e antigos amigos. Uma boa reuniao, e claro, começa com um grande numero de pessoas. E é isso o que tivemos. Carol, surgindo nos raios do sol, simboliza muito bem essa idéia.

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Mas, sendo fevereiro, naturalmente houve um pouco de chuva e algumas soluções bem peculiares.

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Os dias foram cheios de eventos:

Josemar dirigiu varios exercicios, meditacoes e workshops sobre energia.

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Janaina ofereceu massagens durante todo o tempo.

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E Georgette dava informacoes sobre a linha de produtos herbais da Vila Fortaleza.

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Um dia do festival foi dedicado a cultura africana, que é um dos elementos que formam a cultura brasileira, bem como suas praticas espirituais. Mestre Joao dirigiu um workshop sobre capoeira que é uma manifestação iniciada no seculo 16, criada e desenvolvida por indios e escravos trazidos da Africa.

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E houve uma apresentação maravilhosa de percurssão e dança africana.

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Todos Fotos Flor do Ceu Carnival aqui.
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Wednesday, April 23, 2008

Santo Daime: A Doutrina Musical

(Traduzido por Marco Aurelio Chibiaque)

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Saturnino cantando um hino após um trabalho spiritual na Vila Fortaleza.

Ao contrário das doutrinas escritas e codificadas em livros, a doutrina do Santo Daime é musical. Mas o que quer dizer isso?



Esta é uma pergunta bastante difícil de responder, e eu nem tentaria. Mas gostaria de mostrar uma idéia através das imagens que capturei com minha câmera na Flor do Céu, durante o retiro espiritual que ocorreu em fevereiro de 2008, em Santa Luzia, Minas Gerais.

Meu amigo José Murilo escreveu um pequeno texto sobre a musicalidade da doutrina, no qual ele aponta que, apesar do recebimento de canções e chamados musicais ser uma experiência shamanica e oasqueira comum, ela adquiriu no Santo Daime a qualidade de formar comunidades – avançando de passo-a-passo, de uma grande experiência interior, para relações, daí para uma partilha maior entre um e outro e finalmente para uma forma cerimonial ritualizada. Desta maneira, os hinos são normalmente um veículo para levar a força da floresta do interior para as cidades maiores, e vice versa. Através da execução e partilha da música, relações são construídas e se estabelece uma harmonia que cria uma força ou sinergia coletiva que é muito maior do que qualquer indivíduo envolvido e mais do que a mera “soma das partes”.

Esta é Zuleide, responsável pela cozinha este ano, cantando enquanto trabalha. De fato, me parece que Zuleide passa a maior parte de seu tempo cantando e trabalhando com uma incansável energia positiva. Era comum encontrá-la sozinha na cozinha, firme em seu trabalho, enquanto cantava e talvez flutuava em suas boas memórias e pensamentos. Neste dia eu perguntei se poderia fazer alguns vídeos enquanto ela trabalhava. Depois eu tomei a liberdade de inserir algumas imagens que “talvez tenham se passado por sua mente”.



Geri e Gerismar são filhos de Zuleide. Eles viajam com a família de Luiz Mendes como músicos da comitiva. Apesar de eles conhecerem os hinos “de cor e salteado”, acabam por praticar os hinos quase todos os dias, aperfeiçoando a habilidade de trabalhar juntos. Quando os irmãos se juntam para tocar, as pessoas são atraídas para o local como abelhas ao mel.



Normalmente na viagem para outras igrejas, existe um ensaio especial para compartilhar os hinos locais com os visitantes da floresta. Desta forma, a doutrina vai se envolvendo em todas as direções, através da comunhão da música. Esta é a comitiva reunida para aprender os hinos de Ademir, que é um dos músicos oficiais da Flor do Céu. É um luxo poder ouvir a maneira como Jacqueline da Bélgica, a comitiva da Amazônia e os rapazes de Minas Gerais, Europa e Estados Unidos estão desenvolvendo juntos a doutrina musical. (São partes de dois hinos neste vídeo).



No final, toda esta relação musical se transforma numa experiência ritual formalizada na qual vozes, corpos, instrumentos musicais e ensinos formam um desempenho perfeito, que transcende qualquer indivíduo.



O hino, recebido por Saturnino, é o Pequenininho, que diz:

Pequenininho, pequenininho

Pequenininho para seguir no caminho

Grande na alegria

Grande na verdade

Grade na harmonia

Grande na humilidade

Pequenininho, pequenininho

Pequenininho para seguir no caminho

Grande na firmeza

Grande no amor

Grande na certeza

Do nosso pai criador

Pequenininho, pequenininho

Pequenininho para seguir no caminho


NOTA: Talvez você tenha percebido algumas novas técnicas e uma melhoria na resolução destes vídeos? Isto porque meu grande amigo Juba (Luis Eduardo Pomar) tirou um tempo de sua apertada agenda para me ensinar alguns truques de edição de vídeo. Muito obrigado Juba! Não deixe de visitar o blog visual dele. É uma beleza.

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Monday, April 14, 2008

DIVINOPOLIS

(Traduzido por Marco Aurelio Chibiaque)

30 de Janeiro de 2008
Minas Gerais, Brasil

Estar na estrada com a familia e amigos de Luiz Mendes é como estar numa caravana de paz, alegria e amizade - dando e recebendo. Nosso primeiro trabalho espiritual foi na Flor Divina, em Divinópolis (no centro do estado de Minas Gerais). A igreja possui uma pintura espetacular mostrando um paraíso em grandes imagens.

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Lá está a tradicional pintura de Mestre Irineu, que também está na parede da igreja da Vila Fortaleza (que foi um presente do Pad. Paulo ao Pad. Luiz) e a cadeira vazia simbolizando a presença do Mestre.

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Foi noite de concentração (meditação), que é realizada duas vezes por mês.

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E houve a seleção de hinos do Novo Horizonte (que é o hinário que está ainda está sendo recebido pelo Mestre Conselheiro Luiz Mendes).



Então a diversão começou quando os dois padrinhos (que são amigos há muitos anos) começaram a contar estórias. Padrinho Paulo (que é chamado por seu Luiz Mendes por Dr. Paulo por ser dentista) começou contando que, quando conheceu Luiz Mendes, este não tinha dentes.


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Entao o padrinho Luiz respondeu "sim, mas voce me deu um sorriso novo".

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E a conversa foi diversão para todos.

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Daí eles prestaram uma homenagem especial à madrinha Rizelda.

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E depois do trabalho, tomando a amizade entre eles como um bom exemplo, padrinho Luiz continou enfatizando a importancia de se construir boas relações entre os irmãos, as igrejas e as diversas linhas da doutrina do Santo Daime.

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E isto foi muito claro por aqui...

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A proposito, como eu posso ter entendido tudo isto se eu nem falo portugues? A resposta é que eu tive a ajuda especial do Marco Aurelio, que fala bom inglês e adora ajudar.

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Mais fotos aqui.

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Wednesday, April 2, 2008

Blogger Brasileiro Reporta Sobre a Crise no Tibete

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Em Boudha, o bairro tibetano mais importante no vale de Katmandu, monges rezam para a paz mundial e interior. Ao fundo, uma pintura do palácio Potala lembra a relação com a terra natal.

Minha amiga Nina Michaelis, que me ajuda com algumas traduções para este blog, me mandou o seguinte recado:

Tenho um amigo, jornalista, fotógrafo, que ja viajou para mais de 130 paises e escreve para varias revistas importantes, tem este blog viajologia. Neste momento ele esta em Katmandu, 6 meses depois de sua viagem ao Tibet que foi a matéria mais comentada da revista Época-online. Vale a pena.

Sim, estamos todos interligados.

Por favor leia mais aqui.













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Tuesday, April 1, 2008

Trabalho de Crianças

(Traduzido por Marco Aurelio Chibiaque)

Vila Fortaleza
06 de Janeiro de 2008

O principal motivo pelo qual os Daimistas do Acre são tão firmes em seus trabalhos espirituais é que eles têm tomado Daime desde a infância, comumente iniciando ainda no ventre materno.

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(mais)

Apesar de ser essa uma prática antiga (Madrinha Rizelda, por exemplo, tem tomado Daime há cerca de 60 anos, iniciando quando tinha apenas 7 anos), apenas no ano passado as autoridades brasileiras – após delicado estudo – declararam a autorização para as crianças tomarem o sacramento, com permissão dos pais.

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A nova igreja das crianças, na Vila Fortaleza.

As crianças começam a aprender os hinos bem cedo. O trabalho de crianças é essencial para o futuro da comunidade – e também muito divertido. Assistir Ana Rosa e Livia aprendendo a dançar é precioso.



VIVA AS CRIANÇAS!

Mais algumas fotos aqui.

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OLHANDO PRA TRAZ E OLHANDO PARA FRENTE

(Traduzido por Nina Michaelis)

Cresci em meio a classe trabalhadora na cidade de Chicago. Ja no primário, minha professora ensinou-nos que nenhum de nós jamais poderia ser presidente dos Estados Unidos porque todos nós éramos católicos ou judeus. "Somente protestantes podem ser presidente," disse ela.

Na época nem eu nem meus amigos ficamos desapontados por não podermos ser presidente, mas com certeza ficamos muito curiosos sobre o que seria um Protestante? A maioria de nós não conhecíamos nenhum. Isso porque naquela época a América era segregada e dividida, não apenas racialmente mas também quanto a religião e etnia. Cada um vivia e interagia dentro da sua própria vizinhança, no próprio quarteirão e no próprio grupo familiar.

Um dia, nos primórdios dos anos 60, quando eu tinha 21 anos, aconteceu um fato novo que estava para mudar tudo: John Fitzgerald Kennedy era candidato a presidente dos Estados Unidos. E nós ficamos sabendo que se um católico podia virar presidente, então tudo era possível. Ele foi eleito e eu saí da minha vizinhança étnica em Chicago para uma pós graduação na Universidade de Columbia em Nova York.

Me graduei em política norte-americana. Minhas pesquisas foram sobre o estudo das raças e a pobreza nas grandes cidades. Minha primeira publicação, junto com dois colegas foi sobre uma votação que houve em Nova York sobre uma tentativa de rever casos de brutalidade policial (principalmente contra negros). Meu primeiro emprego como professor foi no Oberlin College em Ohio onde fiquei ativo nos movimentos pelos direitos civis. Depois disso fui promovido para a Universidade de Ilinóis onde conduzi pesquisas a respeito da participação do cidadão pobre nos programas anti-pobreza promovidos pela cidade de Chicago.

Enquanto isso, nos campus universitarios, a guerra do Vietnã ganhava espaço como prioridade política. Era um enorme caldeirão de ressentimentos passados misturados com as mais promissoras possibilidades até então imaginadas. Nós eramos a revolução. Aí chegou 1968: em abril houve o assassinato de Martin Luther King. Robert Fitzgerald Kennedy foi morto em junho. Em agosto a Conveção Democratica provocou violência nas ruas de Chicago. Foi o suficiente para mim.

Muitos de nós começávamos o processo de nos retirarmos dos Estados Unidos, alguns mudando de mentalidade, alguns mudando de solos. Pensavamos: "Os Estados Unidos são e sempre serão os Estados Unidos, é hora de buscarmos outras coisas."

Quem podia imaginar que um dia de Chicago chegaria algo como o que está por acontecer...

(em inglês)



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