O VINHO DAS ALMAS
Um novo filme do Santo Daime por Michael Ende e editado por Luis Eduardo Pomar
Recém lançado!
Depois de quatro anos de produção e algumas reedições, o documentário "O Vinho das Almas, Uma Peregrinação ao Coração do Santo Daime, na Floresta Amazônica" acompanha seis estrangeiros em suas andanças em busca de cura, auto-conhecimento e experiências místicas. Eles fazem uma peregrinação descendo o Rio Juruá em direção a região aonde o líder do Santo Daime, Alfredo Gregório de Melo viveu a sua infância e estabeleceu uma comunidade no meio da floresta.
Câmera Viva, 2008 - 57 minutos.
Um filme de Michael Ende, editado por Luis Eduardo Pomar e consultoria de Bia Labate.
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Saturday, November 1, 2008
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Lou Gold
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Wednesday, October 22, 2008
PARTILHANDO A DOUTRINA MUSICAL
UM PRESENTE ESPECIAL DA FAMÍLIA GRANJEIRO
(Traduzido por Daniel Duende, coordenador do Global Voices em Português)
Antônio Gomez: "Meu Divino Pai Eterno"
No domingo passado a comunidade do Santo Daime de Brasília foi agraciada pela visita da Madrinha Adália Gomes Grangeiro, seus filhos e filha, e sua comitiva, para cantar "O Amor Divino", o hinário de Antônio Gomes, que foi um dos companheiros espirituais do Mestre Irineu. Madrinha Adália é a zeladora deste belo hinário.
Antônio Gomez: "Este Rei Que Aqui Está"
Eu escreví previamente sobre a doutrina musical da religião do Santo Daime, que é baseada no canto de "hinos recebidos", em vez de um texto escrito que esteja codificado e congelado em um livro. Os cantores e os musicistas de uma família são como uma escola em movimento, e são recebidos com alegria e gratidão por onde passam. Há aproximadamente um mês, quando a família Granjeiro estava apenas começando a sua viagem pelo Brasil, ele fizeram uma pssagem por Brasília, no Ser Divino, para apresentar o hinário de Francisco Granjeiro Filho, que era o neto de Antônio Gomez.
Francisco Granjeiro Filho: "O Jagube Está Aí"
Após a sessão espiritual, alguns membros da família nos presentearam com um pouco do tradicional forró do Nordeste Brasileiro, a região de nascimento do Mestre Irineu. Ao ouví-los, é fácil entender por quê a música dos Granjeiros é aclamada em todo o Brasil.
O interessante é que a música e o ritmo do forró tradicional são facilmente combinadas com os hinos do Santo Daime. Aqui está Guilherme Granjeiro, trazendo a mágica de seu acordeon ao canto e à dança de alguns dos hinos da Nova Jerusalém do Padrinho Sebastião, no aniversário do Padrinho Luiz Mendes em 2007.
É através desta maravilhosa mistura musical de cultura, religião e das famílias do Santo Daime que uma grande tradição se espalhou pelo Brasil e pelo mundo. Nós recebemos o presente dos Granjeiros com os corações cheios de gratidão, alegria e apreciação, e nõs estamos gratos por todas as igrejas e famílias de Juramidam.
Viva! a Família Granjeiro.
Viva! o ALTO SANTO.
Viva! a Família de Sebastião Mota de Melo.
Viva! o CEFLURIS.
Viva! a Família de Luiz Mendes.
Viva! o CEFLI.
Viva! toda a Família de Juramidam.
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Lou Gold
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Monday, August 18, 2008
Encontro do Santo Daime:
Family, Familia, aniversários e alegria no Ceu de Fatima.
(Traduzido por Marco Aurelio Chibiaque)
Na semana passada retornei a grande São Paulo para me econtrar com a família de Luiz Mendes, que estava voltando do Canada, e para comemorar o aniversario de vários irmãos do Santo Daime na igreja de Araçoiaba da Serra.
O dia 8 de agosto foi aniversario da igreja e da Madrinha Rizelda. O dia começou numa loja de flores.
Fazendo a escolha para compor a decoração festiva da igreja
O trabalho spiritual foi aberto pela Mad Fatima e pelo Pad Sidney
E Pad Luiz
Começamos executando o hinario de Joao Pereira, comandado por Saturnino, que é o zelador deste hinário.
e continuamos no interval, com as diversoes do Mestre.
Depois, cantamos o hinario de Saturnino. Este é o hino “somos todos iguais” que se tornou um simbolo de amizade.
A festa continuou depois do trabalho, com bolos e festas.
Entao houve um Forro com o Pad Luiz e Madrinha Rizelda nos mostrando como se faz.
Quando a tarde caiu o Padrinho Luiz, que é famoso na doutrina do Santo Daime como um contador de estórias, estava contando uma muito boa para Alessandra.
Aqui vai uma sequencia que nos dá uma boa noção.
Como a comitiva retornou para a Vila Fortaleza no Acre, eu fiquei na residência da Mad Fatima e do Pad Sidney continuando a minha visita com a família e também para me consultar, com o Pad Sidney e sua filha Alessandra, que são médicos, completando o meu minucioso check up as 70 anos de idade.
(Fico feliz em dizer que as coisas vão bem.)
No final da minha maravilhosa semana de visitas, houve mais uma grande festa, aniversario da Mad Fatima.
As festas se iniciaram na execucao do hinario de Antonio Gomes (o Bisavo da esposa de Saturnino, Lusirene). Este e o hino “A Rainha da Floresta.”
E entao parabens e vivas para a Madrinha
E cantando “esta e a casa de nossos festivais”
E, claro, outro bolo.
Sim, o Santo Daime é a casa de nossos festivais, sendo sempre muito bom dividir as alegrias desta família incrível. No primeiro trabalho do festival eu tirei uma fotografia de Ana Paula, que aguardava feliz.
E agora nos damos as boas vindas ao novo membro da família Juramidam. Bem Vindo Miguel! E parabéns Ana Paula, Charley e Mariana.
VIVA MIGUEL!
VIVA MIGUEL!
VIVA MIGUEL!
Veja todas as fotos de fevereiro AQUI
Veja todas as fotos de agosto AQUI
Veja todas as fotos de Miguel AQUI
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Lou Gold
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Monday, July 28, 2008
Do Coração da Divina Luz
O verdadeiro amor
É uma grande Luz Divina
É a estrela cintilante
O farol que ilumina...
Divina Luz é ainda uma de minhas casas-longe-de-casa no Brasil. Retornar a ela é... bem, como voltar pra casa.
Eu tenho uma enorme gratidão à Madrinha Conceição e sua família que dirige o espaço eclético do Centro Livre Divina Luz em Brasília. Aqui, um verdadeiro amor é muito presente junto com a querida memória do Padrinho Daltro, que pensávamos ter perdido, mas que ainda continua em nossas mentes nos assistindo com seu amoroso coração.
Nessa noite alguns de nós se reuniram para copartilhar os hinos do Ronaldo, que carrega a magia do Mapiá e da floresta pelo mundo.
Eu juntei alguns fragmentos de vídeos...
E assim decretamos nosso próprio amor
pelo Padrinho Sebastião,
pelo Padrinho Daltro,
e pelo Mestre Irineu.
Aqui um pequeno show de slides da noite.
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Lou Gold
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10:49 AM
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Saturday, July 12, 2008
Um Festival de Santos e Santo Daime
(Traduzido por Guilherme Barellos)
Ceu do Planalto
Brasilia, Brazil
12 Junho - 6 Julho 2008
Estive em Brasília em uma maravilhosa reunião com meus amigos do Céu do Planalto, a comunidade do Santo Daime onde eu primeiro aterrisei no Brasil.
Minha primeira conexão veio vários anos atrás através de uma amiga do Oregon que me entregou na amizade e casa de José Murilo. Aqui também achei o portão para o mundo do Santo Daime no Brasil -- uma abertura que me levou a um eterno encontrar de tesouros de amigos e lares em muitos lugares, e criar este blog pra contar as histórias.
Tem sido muito especial passar o Festival deste ano entre amigos queridos em Brasília, longe do ambiente original do Santo Daime, onde um grande estudo está acontecendo no qual pessoas modernas e trabalhadoras estão aprendendo a incorporar a vida espiritual aprendida da Rainha da Floresta enquanto no centro da capital modernista e ativa da capital do maior país da América do Sul.
Os Festas de Juninas, como são conhecidas, acontecem em muitas matizes culturais em todo Brasil.
Pintura por Gervásio
Eles estão centrados nas festas dos santos: Santo Antônio (guardando o lar e a família), São João Batista (abrindo a porta da transformação), São Pedro (construindo a comunidade espiritual) e, no Santo Daime, há o dia em memória para Santo Irineu (o fundador da missão)
Uma Grande fogueira é o ponto central para a maioria das festas.
Há uma lenda interessante sobre a fogueira. Apesar de que ninguém sabe se é verdade, a estória conta que durante a gravidez de Maria com Jesus, ela aprendeu a profecia que foi recebida por Isabel, que esperava João Batista. Maria viajou até os montes sobre Nazaré para visitá-la para conversar sobre suas experiências e intuições. Isabel, com seu primeiro bebê, contou a profecia que um tempo de grandes tranformações na terra começaria com o nascimento de João e seria continuado já que tanto ele quanto Jesus abririam uma nova luz no mundo.
Isabel disse que deixaria Maria saber sobre o nascimento de João através de uma grande fogueira que seria acesa em sinal de que a transformação havia começado. Atualmente há muitas festas tradicionais no Brasil que incluem fogueiras para celebrar a eterna oportunidade para a transformação humana, especialmente durante as festas de junho.
Este ano o Festival começou com a noite de Santo Antônio e o casamento de Ken e Shobam.
Depois a comunidade ficou muito feliz em receber o Padrinho Alfredo e comitiva de cantores e músicos que voltavam do exterior e estavam en route para suas casas na floresta, centro do Santo Daime no Amazonas.
Cantar a Oração do Padrinho Sebastião com a família é sempre um presente especial.
Algumas noites depois celebramos a Noite de São João mas eu estava tão ocupado com meu próprio processo de transformção (Ufa!) que nem levantei a camêra. Desculpem, sem fotos desta noite, apenas uma nota de gratidão por ter podido clarear coisas muito velhas como resultado do ritual.
Depois veio o 83º aniversário da Madrinha Rita (viúva do Padrinho Sebastião e matriarca da linha familiar)
Foto de Junho 2005
E depois a noite de São Pedro onde a jovem e linda Irene recebeu sua estrela começando assim sua jornada pessoal no caminho do Santo Daime.
Foi boom ver a Ana na alegria de esperar o nascimento de sua primeira criança.
Os caras se vestiram para uma noite fria de inverno.
De manhã houve celebrações dos aniversários de Clarice, Ricardo e Irene.
Os hinos do Padrinho Alfredo foram cantados, terminando com "Meu Deus, Meu São João"
As crianças estão maiores a cada ano.
Helena and Isabel
Tiago and Cintia
O Festival oficial de junho termina no começo de julho com uma cerimônia comemorando o presente de Mestre Irineu cantando o hinário do Tetéo, que termina dizendo que o poder do Santo Daime não é "força pequena"
É claro, não palavras adequadas para dizer tudo. Acho, por mim, que algumas fotos dos rostos felizes podem contar melhor a história.
Era aniversário da Lidia
Jesus é o rosto feliz servindo o Daime
Val e Neia
Ken e Fernando Luis
Marina e Marcelo
Ricardo disseminando notícias do Salve o Urubú, a rede local para conservação da bacia.
Manuel e Caetano
Vanesa
Luz matutina no final do Festival. Bom Dia e Parabéns
Mais fotos do Festival aqui.
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Lou Gold
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5:25 AM
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Thursday, May 29, 2008
O Daime, Caetano & Gil
Juarez Duarte Bomfim
L.E. Pomar Visual Blog
link para o post original
Por Juarez Duarte Bomfim
O jornalista Carlos Marques, atualmente consultor da Unesco e residente em Paris, estava com 20 anos de idade quando a direção da revista Manchete decidiu destacá-lo, na companhia de um fotógrafo, para uma reportagem sobre a distante Rio Branco, capital do Acre, no ano de 1969. [1]
Entre os vários entrevistados, Marques conversou com o bispo italiano Giocondo Maria Grotti, que dois anos depois (1971) morreria durante acidente aéreo no município de Sena Madureira.
Ao ser perguntado sobre os problemas que enfrentava na região, o bispo reclamou da Doutrina do Santo Daime, fundada pelo negro maranhense Raimundo Irineu Serra.
Marques decidiu conhecer o Mestre Irineu Serra, que trabalhava no roçado de sua propriedade quando o jornalista foi visitá-lo.
- Aquele encontro foi a experiência mais marcante de minha vida. O mestre Raimundo disse que sabia que eu chegaria e estava me esperando. Disse o meu nome, que eu havia sido libertado recentemente da prisão e que eu tinha uma cicatriz na perna.
Marques contou, ainda, que passou três dias no Alto Santo e tomou Daime, mas não revela detalhes de sua experiência.
- Ele me disse que um dia eu voltaria ao Acre, mas jamais acreditei nessa possibilidade.
Quando se despediu do Mestre Irineu Serra, inusitadamente o mesmo lhe ofereceu uma garrafa de Daime com a recomendação para ele tomar o seu conteúdo com amigos sensíveis. [2]
De volta ao Rio de Janeiro, Carlos Marques entrega a garrafa e o seu conteúdo ao compositor tropicalista Gilberto Gil, a descrevendo como “uma beberagem indígena sagrada que produzia visões deslumbrantes e estados de alma elevadíssimos”. [3]
Naquele mesmo dia Gilberto Gil tomou uma dose da bebida, e logo após foi para o Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, pegar a ponte aérea para São Paulo.
Já no saguão do Aeroporto de Congonhas, São Paulo, onde ocorria a inauguração de uma exposição militar, da FAB - Força Aérea Brasileira - o efeito do Daime começou a se manifestar, e Gil “captara conteúdos indescritíveis na presença dos militares”. [4]
Era época de Ditadura Militar e a classe artística e intelectual brasileira estava sendo duramente perseguida, os próprios artistas baianos Gil e Caetano seriam logo após presos e “convidados” a se retirarem do Brasil.
Sob efeito do Daime Gilberto Gil sentiu glauberianamente “como se tivesse entendido o sentido último do momento de nosso sentido como povo, sob a opressão autoritária”.. . e mesmo sob o medo que então os militares provocavam.. . sentia que podia “amar, acima do temor e de suas convicções ou inclinações políticas, o mundo em suas manifestações todas, inclusive os militares opressores”. [5]
A mensagem crística chegava assim ao coração do artista, apesar de todas as perseguições e temores: “Amai a vossos inimigos”.[6] Era o Daime operando…
Depois dessa experiência solitária no vôo Rio-São Paulo, Gilberto Gil reúne um grupo de amigos no apartamento do compositor Caetano Veloso e propõe que todos fizessem uma “viagem” em conjunto. Seguindo a recomendação do Carlos Marques, Gil serve a cada um dos presentes pouco mais de meio copo.[7]
Conta Caetano: ” a beberagem espessa e amarelada tinha gosto de vômito, mas não me causou náuseas”.[8] A partir daí, a verve inspirada do poeta baiano transmite um interessantíssimo depoimento das visões e percepções do que via e sentia, da vida que percebia nos objetos inanimados, “a história de cada pedaço de matéria” de um prosaico carpete de náilon do seu apartamento, por exemplo…
Ao som do rock progressivo do Pink Floyd, no limite exíguo do vigésimo andar de um edifício paulistano, dá-se o experimento:
“Sandra (mulher de Gil) entrava e saia do quarto do som com os olhos duros e o rosto sério. Ela estava assustada. Eu a achava parecida com um índio. Gil estava com lágrimas nos olhos e falava alguma coisa sobre morrer, ter morrido, não sei. Dedé (mulher de Caetano) circulava pela sala dizendo que se via a si mesma em outro lugar. Eu fiquei muito feliz de observar que as pessoas eram tão nitidamente elas mesmas… Uns pontos de luz coloridos surgiram no espaço ilimitado da escuridão… Formas circulares eram compostas por lindos pontos luminosos dançantes. Aos poucos eu sabia quem era cada um desses pontos luminosos. E em breve eles de fato se mostravam como seres humanos. Eram muitos, de ambos os sexos, todos estavam nus e tinham aspecto de indianos. Essas pessoas dançavam em círculos de desenhos complicados, mas eu não só podia entender todas as sutilezas dessa complicação como tinha tranqüila capacidade de concentração para saber sobre cada uma das pessoas tanto quanto eu sei de mim mesmo ou de meus próximos mais amados”.[9]
É dito que da(s) experiência(s) com o Daime, particularmente experiências pico como esta, de Gilberto Gil (”Gil… falava alguma coisa sobre morrer, ter morrido”..) surgiram belíssimas canções do seu cancioneiro, tal como “Se eu quiser falar com Deus”.